domingo, maio 23

As Origens do Superman

As origens do Superman

Em 1938, estreava nas páginas de Action Comics#01 o personagem que daria o pontapé inicial na chamada "Era de Ouro" dos quadrinhos. Esse personagem lançaria um conceito que não só mudaria a cara das HQs, como também passaria a fazer parte da cultura pop mundial. Nem mesmo seus criadores, Jerry Siegel e Joe Shuster, tinham muita certeza de seu sucesso, tanto que venderam os direitos de publicação a National Periodicals (atual DC Comics) após quatro anos de tentativas frustradas de publicar o personagem.

Hoje, quase 70 anos depois, o Superman já sofreu diversas interpretações diferentes em praticamente todas as mídias. Estrelou desenhos animados, seriados de TV, filmes, livros e até mesmo um seriado radiofônico, além de diversas publicações mensais pela DC Comics. Em meio a tudo isso, diversas versões foram apresentadas, diversas revisões e alterações em sua abordagem e origem foram feitas, e até mesmo versões alternativas vivendo em Terras Paralelas foram criadas, tornando a trajetória do herói uma das mais ricas e fascinantes de todos os tempos.

A Era De Ouro (1938-1948)



Action Comics #1
O personagem possuía uma versão bastante simples de sua origem em sua primeira aparição. Action Comics# 01 contava o básico em apenas uma página: um planeta explode, um foguete contendo um bebê parte do planeta morto e cai na Terra, o bebê vai parar num orfanato onde descobriria posteriormente que possuía capacidades além de qualquer ser humano. O pequeno Clark Kent atinge a maturidade e se revela para o mundo assumindo a identidade de Superman. Kent se torna repórter e aparece ao lado de seu editor, George Taylor e da repórter Lois Lane.

Em seus primeiros anos de vida o Homem de Aço apresentava personalidade e atitude bem diferentes das atuais. Ele era um vigilante misterioso, pouco se sabia sobre ele, era mais violento (chegando a matar em algumas histórias posteriores na época), e seus poderes eram bastante reduzidos, sendo capaz de saltar grandes distâncias e dotado de superforça e invulnerabilidade. Clark Kent possuía todas as características opostas ao seu alter-ego super-herói. Era tímido, covarde e sentia um amor nunca correspondido por sua colega de trabalho, Lois Lane, que por sinal, ficou fascinada pelo Superman desde a primeira vez que o viu.

Superman #1

Em 1939 estreava Superman#01 que trouxe em suas páginas uma nova introdução com maiores detalhes de sua origem que foram originalmente cortados da versão apresentada em Action Comics #01. Eram apresentados os pais adotivos do herói, que o encontraram e o levaram para o orfanato voltando dias depois para adotá-lo. Clark aprende ainda em sua infância que seus dons deveriam ser mantidos em segredo até a hora em que eles seriam úteis para ajudar a humanidade, o que ocorre logo após a morte de seus pais adotivos, quando ele então passa a adotar a identidade de Superman. Clark vai para Metrópolis e consegue um emprego no jornal The Daily Star (Estrela Diária).

Ainda em 1939, em histórias posteriores, incluindo tiras de jornal, novas páginas cortadas foram publicadas. Siegel e Shuster apresentavam aos leitores o planeta Krypton e os verdadeiros pais do herói, um cientista chamado Jor-L e sua esposa, Lora. Era revelado também o nome kryptoniano do pequeno Superman, Kal-L. Krypton era descrito como um mundo avançado, povoado por seres que haviam atingido a perfeição física e mental, uma raça de super-homens. Jor-L, pesquisando os freqüentes tremores que ocorriam no planeta, descobre que uma instabilidade interna causaria a destruição de Krypton. Ele então avisa os membros do Conselho, que não acreditam em suas teorias condenando toda a população do planeta. Jor-L tenta construir uma nave para que ele e sua família escapem, mas o planeta começa a se destruir antes que ele consiga terminar, e apenas uma pequena nave é concluída. Eles então decidem enviar o pequeno Kal-L em segurança para a Terra.


As tiras de jornal

Inimigos comuns

Cena clássica

Clark e Lois

Em 1940, o nome do jornal onde Clark Kent trabalha muda para Daily Planet (Planeta Diário) e surge Perry White, seu editor. Seus primeiros inimigos na época foram o Ultra-Humanóide (que se consagraria como vilão da Sociedade da Justiça posteriormente) e Luthor, um cientista maligno que na verdade era uma versão melhorada do Ultra-Humanoide. Em sua primeira aparição, Luthor possuía cabelos ruivos, e somente passou a ser calvo em sua segunda aparição em 1941. O Superman passou a enfrentar os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e foi usado diversas vezes como propaganda pelo governo americano durante o conflito.

Luthor, ainda ruivo, em 1940

Um fato curioso é que em 1941, Siegel e Shuster tinham planos de evoluir a história do Superman e seu relacionamento com Lois. Na história nunca publicada "The K Metal from Krypton", Superman aparece tendo total conhecimento de sua origem kryptoniana e revelando seu segredo para Lois. A história também mostra um protótipo do que seria a kryptonita, um elemento vindo de Krypton que significava a morte do Superman.

A National na época vetou a história, considerando que as mudanças seriam muito drásticas e mudariam alguns pontos que eram fundamentais para o sucesso do personagem. Assim, a história foi engavetada e a primeira aparição oficial da kryptonita passou a ser em 1943, no seriado radiofônico e em 1949 nos quadrinhos. Além claro, do Superman jamais poder revelar seu segredo para Lois.

A estréia do Superboy

O romance de George Lawther publicado em 1942 contribuiu para enriquecer ainda mais a origem do personagem. A história é mais conhecida por ter batizado os pais adotivos do herói como Eben e Sarah Kent (essa versão seria considerada no seriado televisivo estrelado por George Reeves nos anos 50). Nesse romance, os nomes dos pais do herói mudam para Jor-El e Lara, nomes que seriam posteriormente adotados nos quadrinhos também.

Em 1945, surge o Superboy, uma versão adolescente do Superman. Em sua primeira aparição, é revelado que os kryptonianos não possuiam poderes em Krypton, e que a fonte de seus superpoderes se deve a gravidade menor da Terra. É também mencionado pela primeira vez que o Superman cresceu numa pequena cidade e que Clark Kent assumiu a identidade de super-herói ainda garoto, em Smallville, com a ajuda dos seus pais. É revelado também que desde garoto ele demonstrava poderes no nível de sua versão adulta, incluindo a capacidade de voar. O personagem foi um tremendo sucesso, mas suas histórias nunca eram mencionadas nos títulos mensais do Superman. Era como uma versão alternativa do herói, uma cronologia à parte da principal, que por sua vez, já vinha sofrendo mudanças nos títulos de linha.

Em 1947, Jerry Siegel e Joe Shuster deixam o personagem, e o editor Mort Weinsinger se torna o principal nome por trás da lenda nesse período.

A Era "Intermediária" (1948-1958)


Durante os anos 40, o Superman foi sendo aperfeiçoado por seus criadores e também por outros artistas da época. A abordagem do vigilante foi sendo abandonada e substituída pela do super-herói admirado pela população de Metrópolis. Seus superpoderes foram aumentando cada vez mais, e as histórias passaram a focar mais a ficção e conceitos fantásticos. Passava a ser comum ver o Superman voando pelo espaço e pelo tempo, e deixando cada vez mais de lado os gângsteres e criminosos comuns do começo da carreira. O período que vem logo a seguir é classificado como o período de ligação entre as versões da Era de Ouro e Prata. Foram introduzidos personagens e conceitos na mitologia do herói como a Fortaleza da Solidão, a Cidade Engarrafada de Kandor, Brainiac (em sua primeira aparição, um alienígena de Colu), Lori Lemaris (uma sereia por quem o Superman se apaixonou no começo da carreira) Sr. Mxyzptlk, Prankster, Toyman e Krypto - o Supercão. O planeta Krypton passou a ser mencionado com maior frequência nas histórias.


A Krypton reapresentada em Superman #53

A hora da despedida

John e Mary Kent

Nessa época, as várias versões da origem do herói começaram a apresentar enormes discrepâncias. Em Superman #53 de 1948, a origem do Superman é contada sem mencionar o Superboy e apresentando Krypton novamente como um mundo de superseres sem atribuir a gravidade maior do planeta como a explicação dos poderes do Homem de Aço. Nessa história, os Kents são batizados como John e Mary Kent.

O Superbaby, de
Superman #73

Em 1949, na história "Returns to Krypton" (história que marca a primeira aparição da kryptonita nos quadrinhos), ao descobrir que um estranho meteorito era capaz de enfraquecê-lo, Superman viaja no tempo e segue o rastro da pedra, descobrindo um planeta prestes a explodir de onde apenas uma nave contendo um único bebê escapou. Ao seguir a nave, Superman percebe que se trata dele mesmo e assim, descobre que é o último sobrevivente do planeta Krypton.

Em 1951, em Action Comics #158, a origem foi recontada novamente, e dessa vez, incluía Superboy no passado do herói. Jonathan e Martha foram estabelecidos definitivamente como os nomes dos Kents, e a explicação da gravidade para os poderes do Superman finalmente era oficializada.

Entretanto, versões posteriores da origem continuavam a descartar o Superboy e a considerar a versão da Era de Ouro como a oficial. Era o caso de Superman #73 (1951) e da edição especial Superman 3-D (1953). O seriado televisivo The Adventures of Superman, de George Reeves, também ignorava qualquer menção ao Superboy.

Mas embora essas inconsistências permanecessem durante os anos 50, a posição oficial ao fim desse período era a de que o Superboy fazia parte da origem do Superman.

A Era de Prata (1959-1970)



A origem da Era de Prata
A chegada da Era de Prata marcou uma revolução nos quadrinhos de Super-Heróis. Personagens clássicos da Era de Ouro ressurgiram remodelados como Flash, Lanterna Verde e Gavião Negro, enquanto outros mudavam radicalmente sua abordagem, como Batman.

Era chegada a hora de uma reformulação radical no Superman, e ela foi feita. Jerry Siegel retornava à sua criação em 1959, e ao lado de Weinsinger, Otto Binder e Edmond Hamilton, iniciaram a época que marcaria o herói como a versão mais famosa de todas.

Superboy passou a ter um peso importante na origem do Superman nesse período. Suas histórias passaram a mostrar eventos que precederiam histórias clássicas do Superman adulto. Uma única origem foi estabelecida e muito do que se conhecia do herói foi desconsiderado.

Assim, Kal-El era um garoto de três anos de idade em Krypton e se lembrava de tudo que ocorreu em seu planeta antes da destruição. Após chegar a Terra foi criado por Jonathan e Martha Kent assumindo sua identidade de super-herói aos oito anos de idade. Como Superboy, se tornou herói de Smallville, passou a fazer parte da Legião dos Super-Heróis no século XXX e contracenava com Pete Ross, seu melhor amigo, que conhecia sua identidade secreta (apesar de nunca ter revelado isso), Lana Lang, sua paixão de infância (uma versão ruiva de Lois Lane), e do supercão Krypto, seu cachorro em Krypton que veio num foguete de testes antes dele. Seus poderes agora possuíam duas fontes: a gravidade menor da Terra, que lhe concedia poder de vôo, superforça e invulnerabilidade; e o Sol amarelo, responsável pela visão de calor, raios-X, superaudição, supersopro, supervelocidade, etc.


Kal-El e Krypto partem para a Terra

Jonathan e Martha encontram Kal-El

O início como Superboy

Em 1961, Siegel altera também a origem de Luthor, mostrando que ele e Superboy foram amigos em Smallville (essa história revela pela primeira vez o nome do vilão: Lex). Luthor prometeu criar um soro para kryptonita, mas sofre um acidente em seu laboratório e é salvo por Superboy. Contudo, o Menino de Aço, ao usar seu supersopro para apagar o fogo no laboratório, acaba soprando todo o vapor tóxico dos produtos químicos para Lex, o que causou sua calvície e a perda de sua maior experiência de todos os tempos, um experimento envolvendo vida artificial com protomatéria. Lex enlouquece e jura matar Superboy.

Os fãs do seriado Smallville
se lembrarão dessa cena

Nesse período, Superboy se encontraria com Bruce Wayne, Oliver Queen, Mr. Mxyzptlk e Lori Lemaris, entre outros. Histórias clássicas dos anos 40 e 50 eram reescritas na nova crontinuidade, fazendo com que as versões originais fossem descartadas.

Após a morte dos Kents, Clark decide deixar Smallville e partir para Metrópolis. Ele também muda seu nome de Superboy para Super-Homem e arruma emprego no Planeta Diário, onde conhece Lois Lane, Jimmy Olsen e Perry White. Surgiram nesse período também Metallo, a Supergirl (Kara Zor-El, prima do Superman), Bizarro (que originalmente havia surgido nas histórias do Superboy, e posteriormente adaptado para ser vilão do Superman), a Zona Fantasma, além da nova abordagem de Brainiac, que agora passava a ser um andróide.

Uma versão completa da nova origem do Superman foi publicada em Superman #146 de 1961 como a origem oficial do herói.

Esse é talvez o período onde o personagem se tornou mais popular, mas as versões anteriores não foram esquecidas.

A Terra 2



Superman da
Era de Ouro
Em 1960, acontece o encontro entre o Flash da Era de Prata (Barry Allen) e seu antecessor, o Flash da Era de Ouro (Jay Garrick). Nessa história foi criado o conceito da Terra 2, uma Terra paralela onde os heróis da Era de Ouro da DC viviam desde que surgiram nos anos 40.

A partir daí, os roteiristas do Superman viram a oportunidade de resgatar a versão original do personagem além de mostrar sua evolução através do tempo e, em 1966, em Justice League of America #73, surgia o Superman da Terra 2, ou melhor, ressurgia já que ele nada mais era do que o Superman criado em Action Comics #01.

Sua origem seguia a que foi apresentada em 1938 por Siegel e Shuster e com alguns elementos das origens da época. Seu nome era Kal-L, filho de Jor-L e Lora, que foi encontrado por John e Mary Kent. Após a morte de seus pais adotivos, o jovem Clark Kent decidiu assumir a identidade de Superman e se mudou para Metrópolis onde conseguiu emprego no jornal Estrela Diária conheceu seu editor, George Taylor e a repórter Lois Lane. Mais tarde, passa a fazer parte da Sociedade da Justiça da América com quem luta contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Poderosa, prima do Superman da Terra 2

Mas o que diferenciava o Superman da Terra 2 com sua versão da Terra 1 era o fato de que na Terra 2 o tempo realmente passava para os heróis, e isso era acompanhado por mudanças significativas nas histórias. Ou seja, enquanto o Superman da Terra 1 mantinha-se praticamente intacto aos efeitos do tempo, na Terra 2 ele envelhecia e evoluía, desde 1938.

Isso possibilitou que os roteiristas trabalhassem mais livremente com o personagem, apresentando mudanças que a editora não permitia em sua versão oficial. Assim, Clark Kent deixava de ser repórter para se tornar editor do Estrela Diária em Superman Family #197, por exemplo. Mas a maior alteração mesmo era o fato de que Kal-L era casado com Lois Lane em sua Terra. O casamento foi apresentado para os leitores em 1978, na edição #484 de Action Comics.

Além dessas mudanças significativas que o distingüiam de sua versão da Terra 1, Kal-L também apresentou elementos inspirados na Era de Prata. Em 1976, surgia nas páginas de All Star Comics #58 sua prima Kara, mais conhecida como Power Girl (Poderosa no Brasil), que era a versão da Supergirl da Terra 1 surgida em 1959. O Superman da Terra 2 também possuía um esconderijo no Ártico, inspirado na Fortaleza da Solidão (essa "protótipo" da Fortaleza já havia sido mencionada em histórias do Superman de 1942), e seu uniforme é referência do uniforme do herói nos anos 40.

Anos mais tarde, foram surgindo diversas outras Terras, o que deu início ao Multiverso DC. Leia aqui uma matéria do Fanboy sobre o Multiverso.

A Era de Bronze (1971-1986)


O período conhecido como Era de Bronze inicia-se com uma nova tentativa de reformulação do Superman pela DC Comics. Animados pela bem-sucedida reformulação do Batman pelas mãos de Denny O'Neil e Neal Adams, o então editor das revistas do Superman, Jullius Schwartz, convoca o mesmo O'Neil para dar uma revitalizada no Homem de Aço.

Superman julgado pelos guardiões de OA em "Must There be a Superman?"

O'Neil aceitou o desafio, mas sua reformulação seria diferente da que o herói sofreu nos anos 50, quando sua origem foi totalmente reformulada com a introdução do Superboy no passado do personagem. Assim como em Batman, o passado não seria alterado, mas uma mudança no status do personagem no presente é o que seria feito.

Assim, o Planeta Diário é comprado pelo milionário Morgan Edge, dono da rede WGBS, que tira Clark Kent do jornal e o coloca para apresentar um telejornal da emissora. Uma reação em cadeia devido a uma experiência dos Laboratórios Star transforma toda a kryptonita do planeta em ferro, acabando com o único elemento capaz de destruir o Homem de Aço. Em compensação, o mesmo experimento cria uma duplicata do Superman feita de areia que acaba pegando um terço do poder do herói, enfraquecendo-o.

Porém, a reformulação não cumpriu com as expectativas, e o período ficaria marcado realmente por um roteirista que estrearia em 1972, na edição #247 de Superman. Eliot S! Maggin apresentava uma versão interessante e inovadora na época para o herói na história "Must There be a Superman?", onde questionava o papel do Superman no planeta. Até onde o herói deve ir para proteger a humanidade? Sua presença é realmente benéfica, ou ele impede a evolução do ser humano ao se intrometer nos assuntos da Terra? Afinal, deve realmente haver um Superman?

A resposta indicaria o caminho que os roteiristas seguiriam pelos próximos anos, não só por roteiristas da época como Cary Bates mas também, por Mario Puzo e Richard Donner em Superman - O Filme, de 1978: a de que a verdadeira função do Superman é a de guiar a humanidade pelo caminho certo, e não impor sua vontade ou carregá-la nas costas.

Action Comics #500

Com essa mudança simples de abordagem, as histórias ganharam um novo tom. A ingenuidade da Era de Prata continuava presente, a origem da Terra 1 permanecia a mesma (como visto em Action Comics #500 de 1979, talvez a versão mais completa da trajetória do personagem, desde Krypton, passando pela sua fase como Superboy, até as histórias mais recentes na época), mas tudo isso era trabalhado sob uma nova visão, deixando um pouco de lado a fantasia exagerada e focando mais o otimismo e os sentimentos de esperança e inspiração que o personagem representava. Superman #400 de 1984 é o maior retrato disso, com histórias que mostram como a marca do Superman inspirou pessoas durante os séculos, desde seus primórdios até o futuro mais longínquo.

Além do Superman, Luthor também era outro cuja versão de Maggin influenciou diversos roteiristas até os dias de hoje, como Mark Waid, Grant Morrison e Mark Millar. Não apenas um cientista maligno querendo dominar o mundo, mas um visionário, um homem brilhante e à frente de seu tempo, que se voltou para o crime apenas por não ter tido o reconhecimento que merecia. Alguém com potencial para se tornar o maior benfeitor que o mundo já conheceu, mas que usava todo o seu talento para destruir o Superman e forçar a humanidade a reconhecer o seu gênio. Maggin apresentou um Luthor extremamente humano em histórias como "The Luthor Nobody Knows" e "The Einstein Connection".

Algumas mudanças também ocorreram no universo do personagem. Em 1978, Lana Lang consegue um emprego na WGBS retornando para a vida de Clark, a cidade de Kandor finalmente é ampliada e os habitantes passam a viver num planeta desabitado em outra dimensão. Em 1983, Lex Luthor ganha uma armadura de combate que ficou famosa no clássico desenho dos Superamigos e Brainiac ganha um novo visual muito mais ameaçador do que antes.

Mas apesar de todas essas novas abordagens e visões sobre o conceito do personagem e de seu universo, alguns aspectos continuavam intocáveis como o fato do Superman jamais contar seu segredo para Lois Lane e assumir um relacionamento mais sério com a repórter. Tentativas de tornar o herói relevante de novo eram evidentes, mas o herói vinha perdendo força tanto nos quadrinhos quanto no cinema após o mau desempenho de Superman III. Tudo isso forçou a DC a tentar uma nova reformulação para colocar o herói em evidência novamente.

Mas dessa vez, seria uma reformulação radical, que mudaria tudo o que se conhecia do herói até então.

A Crise


Em 1985, a DC comemorava 50 anos e uma reformulação geral seria feita em seu universo. Inspirada na cronologia única da Marvel, a editora havia decidido unificar suas Terras (e isso significava o fim das Terras 1 e 2). Crise nas Infinitas Terras foi lançada como uma mini-série em 12 edições com o objetivo de limpar a cronologia do universo DC, unificar as Terras e reinterpretar seus heróis para os novos tempos.

Superboy Prime

Paralelamente a isso, surgia o último herói do multiverso e a última adição a mitologia do herói no período pré-crise. Surge em DC Comics Presents #87 um novo Superboy vindo da Terra Primordial (Earth Prime). Antes da explosão do planeta Krypton, Jor-El envia seu filho para a Terra através de um raio de teleporte. A Terra Primordial era o equivalente a nossa Terra, onde os heróis eram apenas personagens de ficção. Assim, o bebê cai na Terra e é encontrado por um casal que o batizam de Clark. O jovem Clark Kent cresce sem suspeitar de sua origem, até que um dia se veste de Superboy para uma festa e descobre que pode voar e tinha todos os poderes do Superman dos quadrinhos. Ele se encontra com o Homem de Aço da Terra 1 e acaba ajudando os heróis durante a Crise após a destruição de sua Terra pela nuvem de Antimatéria do Antimonitor.

A Terra 3, lar do Sindicato do Crime, também foi destruída, mas não sem antes seu único herói, Lex Luthor, numa clara menção à origem do Superman, enviar seu filho Alex para o universo de Matéria Positiva da Terra 1, onde foi encontrado pelo Monitor e pela Precursora durante a Crise. A viagem pelas dimensões de matéria negativa e positiva acelerou o crescimento do garoto e lhe deram poderes especiais como os de abrir portais pelas dimensões do Multiverso.

Crise Nas Infinitas Terras

As mudanças no Superman foram significativas durante o evento. A começar, Kara Zor-El, a Supergirl, morreria na edição 5 da saga num dos momentos mais dramáticos da história do Homem de Aço e dos quadrinhos. A Terra 2 era apagada da existência após o confronto dos heróis com o Antimonitor na Aurora dos Tempos e do surgimento do novo universo unificado, deixando Kal-L sozinho, não só como último sobrevivente de Krypton, mas agora, como o último sobrevivente de todo o seu universo.

Ao fim da Crise, uma nova Terra foi criada, o Antimonitor foi destruído pelo Superman da Terra 2, que ao lado de Alex Luthor e Superboy Prime, tornavam-se os últimos sobreviventes do antigo Multiverso.

Os sobreviventes não tinham mais lugar na nova Terra. Alex Luthor revela a Kal-L que havia salvado sua Lois Lane da devastação, e os quatro puderam se refugiar numa outra dimensão onde viveriam eternamente como num paraíso, enquanto a nova Terra seguiria seu caminho. Um final mais do que merecido para o primeiro de todos os Super-Homens e sua esposa, assim como para o último representante do Multiverso DC, o Superboy Prime.

Ainda em 1986, após a Crise, Alan Moore escreveria a última história do Superman. Com a morte da Supergirl, o fim da Terra 2 e a nova reformulação a caminho, Moore escreve uma belíssima homenagem a quase 50 anos de histórias do personagem, encerrando de maneira primorosa a saga do maior herói de todos os tempos na história "Whathever Happened to the Man of Tomorrow?".

Era o fim do Superman como o conhecíamos durante décadas. E o começo de uma nova era para o personagem.

Após a Crise


Em 1986, logo após Crise nas Infinitas Terras, a DC Comics convoca o roteirista John Byrne para reformular mais uma vez o herói. Byrne escreve uma mini-série em 6 partes chamada "The Man of Steel" onde reconta a origem do Superman para os novos tempos e apaga toda a cronologia anterior do personagem.


Jor-El envia seu filho à Terra

Jonathan e Martha encontram Kal-El

Lois é salva pelo Super-Homem

Na mini-série, Byrne nos apresenta uma nova versão de Krypton, elimina Superboy do passado do herói, muda a abordagem de Clark Kent e mostra um Superman bem menos poderoso do que os leitores estavam acostumados a ver. Em histórias posteriores publicadas em especiais e minisséries como "World of Krypton", ele revelava mais sobre o passado de Krypton e dos personagens que faziam parte das histórias do novo Homem de Aço.

World Of Krypton

Krypton agora era um planeta avançadíssimo tecnologicamente que havia se voltado para técnicas de clonagem e de purificação genética. Há 200.000 anos, uma guerra pelos direitos dos clones devastou o planeta e os kryptonianos se voltaram para a ciência, abandonando seus sentimentos e crenças e se tornando uma raça cada vez mais fria. Os kryptonianos se isolaram uns dos outros em suas torres, abolindo o contato físico e seus laços afetivos. A população se mantinha estável graças a vestes especiais que usavam desde o nascimento e que prolongavam seus tempos de vida, e um banco de clones era mantido para substituir orgãos do corpo que necessitassem ser trocados. A reprodução era mantida em laboratório e uma criança nascia apenas quando um kryptoniano morresse.

Nesse cenário, o cientista Jor-El é convocado para gerar um novo kryptoniano junto com sua prometida, Lara, para substituir uma das vítimas da estranha doença que acometia os kryptonianos na época. Foi gerado nas câmaras de gestação do planeta, Kal-El.

Jor-El, fascinado por história kryptoniana, descobre que durante a guerra dos clones uma bomba explodiu no núcleo do planeta, gerando um elemento radioativo responsável pela estranha doença que mataria milhares de kryptonianos durante os séculos seguintes. O elemento gerou uma pressão no núcleo que em breve destruíria o planeta. Jor-El então convoca seus servos-robôs e ordena que a câmara matricial de Kal-El seja acoplada num foguete com o intuito de enviá-lo a Terra. Jor-El conta seu plano a Lara e admite seu amor por ela. O planeta explode e o embrião de Kal-El é enviado em direção a Terra.

Clark revela seus poderes ao mundo

Em nosso planeta ele é encontrado por Jonathan e Martha Kent, que o criam como se fosse seu filho natural. Clark cresce e desenvolve seus poderes lentamente, utilizando-os para levar vantagem nos esportes. Ele se torna o maior jogador de futebol da escola, o que leva Jonathan a contar a verdade sobre sua origem. O jovem Clark decide viajar pelo mundo e usar seus poderes para o bem. Ele passa a agir em segredo, se estabelece em Metrópolis, onde cursa jornalismo, até se revelar para o mundo ao salvar um ônibus espacial que caía em direção ao público que assistia ao vôo. No incidente, ele conhece a repórter Lois Lane e descobre que nunca mais poderia ter uma vida normal ao ver uma multidão em sua direção querendo saber mais sobre ele.

Clark volta para Smallville onde, com a ajuda de Jonathan e Martha, cria a identidade de Superman. Em Metrópolis, como Clark Kent, ele forja a primeira entrevista com o novo super-herói da cidade e consegue seu emprego no Planeta Diário, despertando a fúria de Lois Lane que acredita ter sido passada para trás na matéria por um novato. Byrne altera totalmente a abordagem de Clark, não mais um repórter tímido e atrapalhado. Clark agora era o personagem real, dinâmico, confiante, não muito diferente de seu alter-ego super-herói.

Byrne, aproveitando uma idéia dada por Marv Wolfman, também alterou Lex Luthor, transformando-o num empresário corrupto e poderoso cuja posição como número um de Metrópolis foi abalada pela chegada do Superman. Ele então jura destruir o herói para recuperar seu posto de homem mais poderoso da cidade.

O holograma de Jor-El

No final da série, Superman descobre sua origem através de um holograma de Jor-El enviado na nave. Essa idéia foi inspirada em Superman: O Filme, de 1978, e utilizada em outras versões posteriores da origem do personagem (Lois & Clark de 1993, Superman Animated de 1996 e Smallville de 2001, por exemplo).

Byrne, ao mudar a origem do Superman, estabeleceu que ele seria o único sobrevivente de Krypton e praticamente cortou qualquer laço afetivo que ele poderia ter com seu planeta natal. Com isso, a Fortaleza da Solidão, Krypto, Kara Zor-El, a Zona Fantasma, Kandor e muitos outros elementos da mitologia do herói foram apagados. Uma nova Supergirl surgia como um ser de protomatéria vindo de outra dimensão, novas versões de vilões como Brainiac (agora um artista de circo paranormal dominado por uma mente alienígena) e Metallo, além de versões de histórias clássicas como o romance com Lori Lemaris foram apresentadas na época.

Essa fase foi marcada pelo estilo sombrio das HQs da época que também afetou o Homem de Aço. Porém, logo após a saída de Byrne, novos roteiristas assumiram o personagem, sendo os mais importantes Dan Jurgens e Jerry Ordway. Ambos seguiram a linha iniciada por Byrne e Wolfman, mas também resgataram vários conceitos importantes do herói que haviam sido descartados. Surgia assim uma nova versão da Fortaleza da Solidão, uma nova Zona Fantasma, releituras das histórias clássicas de Jimmy Olsen por Jack Kirby, mas tudo contextualizado na nova cronologia estabelecida no pós-crise. Era criado também o Erradicador, um artefato de Krypton que tentou dominar a mente do Superman e torná-lo um kryptoniano puro.

Em 1991, Clark Kent e Lois Lane se tornam noivos, e o herói revela sua identidade secreta a ela. Curioso notar que nessa época não existiam mais as regras que impediam que Clark e Lois se casassem ou que o triângulo amoroso entre Clark, Lois e o Superman fosse alterado de alguma forma. A evolução que o personagem teve na Terra 2 agora era compartilhada por sua versão pós-crise.


Clark revela seu segredo a Lois

Clark e Lois: noivos

Apocalypse: A morte

Em 1992, para dar a resposta à Marvel e à recém-inaugurada Image Comics, que batiam recordes de vendas com sua nova geração de desenhistas, a DC decide reformular boa parte do seu universo com sagas que tinham como objetivo colocar o UDC na mídia novamente. Assim, decidem matar o Superman na história que é considerada como a mais famosa de todos os tempos.

O evento atingiu repercussões nunca antes vistas em todos os meios de comunicação e foi um tremendo sucesso. Superman morre nas mãos do monstro Apocalypse após uma devastadora batalha nas ruas de Metrópolis. O impacto de sua morte é sentido em todo o universo DC nos meses seguintes, e na série Reign of Supermen (no Brasil, O Retorno do Super-Homem) novos personagens surgem como o novo Superboy, Aço, uma versão remodelada do Erradicador e o novo vilão Superciborgue.


Erradicador

Superboy

Ciborgue

Aço

Superman retorna da morte de cabelos compridos e as mentes criativas por trás do enorme sucesso da saga se manteriam durante toda a década de 90. Mas após o sucesso da Morte, o herói entraria numa fase de enorme crise criativa. Nessa época, os roteiristas tentaram sem sucesso recuperar o personagem com sagas e eventos bombásticos, sendo o mais importante com certeza o casamento com Lois Lane em 1996 (assim como acontecia na mesma época no seriado Lois & Clark), além de uma tentativa fracassada de alterar o visual e os poderes do herói, tornando-o um ser de energia na fase que ficou conhecida como a "Fase Elétrica".

Paralelamente a isso, roteiristas como Mark Waid na série Kingdon Come e Grant Morrison na revista mensal JLA mostravam uma versão do Superman mais próxima a apresentada por Elliot S! Maggin nos anos 70 e 80 e bem diferente ao Superman que aparecia nas revistas mensais e seguia a cronologia Byrne. A versão dos dois roteiristas era aclamada pelos leitores e pela crítica, mas isso não convenceu a DC a permitir que ambos pudessem por em prática o projeto de uma nova reformulação do Superman que eles elaboraram ao lado dos roteiristas Tom Peyer e Mark Millar.


O casamento

Superman Elétrico: Vermelho e Azul

As Quatro Estações

Mas apesar da DC ter recusado a proposta, os planos de uma nova reformulação não foram descartados, e em 1999, uma nova equipe criativa assumiria liderada pelo roteirista que se tornaria um dos mais importantes para o herói na era atual, Jeph Loeb.

Loeb, que já havia trabalhado com o personagem em 98 na mini-série For All Seasons (As Quatro Estações, no Brasil) começaria com histórias simples que restabeleceriam o herói como o maior ícone do UDC em seu primeiro ano, mas logo depois iniciaria uma saga polêmica para mostrar que realmente queria deixar sua marca.

O Retorno a Krypton



O presidente Luthor
A fase de Jeph Loeb ficou marcada pela criação de novos conceitos que aproximariam o universo do herói a fase pré-crise. O novo Bizarro, um novo Brainiac andróide, o retorno de Krypto, entre outros. A fase também ficou famosa por colocar Lex Luthor na presidência dos EUA e pela saga Mundos em Guerra, que afetaria todo o universo DC. Mas a história mais polêmica na época acabou sendo novamente sobre a origem do herói.

Em 2001, Loeb e sua equipe contaram uma saga em 4 capítulos que alterava tudo o que se sabia sobre Krypton até então. Na verdade, a saga batizada de "Retorno a Krypton" trazia de volta a Krypton clássica pré-crise com elementos da Krypton vigente na época, criada por Byrne.

Na história, Superman descobre que o planeta de onde veio não era frio e estéril como ele acreditava. Era um planeta cheio de vida, avançado tecnologicamente, e seus pais, Jor-El e Lara se amavam e eram casados. Ele descobre isso através de uma nova mensagem enviada por Jor-El onde ele alegava ter mentido sobre o planeta para que Kal-El não sentisse tanto a perda de seu mundo natal. O holograma mostra então o que aconteceu de verdade. Após descobrir que o planeta iria explodir, Jor-El tenta avisar o Conselho, que não acredita nele, em grande parte por culpa do General Zod, que alega que Jor-El ficou louco. Ele volta para seu laboratório e, com ajuda de sua esposa Lara, coloca o bebê Kal-El na nave e o envia para a Terra. Tudo relacionado a versão de John Byrne revelava ser falso, como a guerra dos clones, a câmara matricial e a sociedade fria que aboliu seus sentimentos.

Clark e Lois em Krypton

Através da Zona Fantasma, Superman e Lois Lane visitam o planeta antes da destruição, e uma série de referências a clássicas histórias pré-crise é mostrada. O General Zod, o Conselho Científico, Krypto, Nightwing e Flamebird (no pré-crise, eram as identidades que Superman e Jimmy Olsen adotavam na cidade de Kandor. Nessa história, Flamebird era encarnada por Lois Lane). Durante a visita, eles conhecem Jor-El e Lara e numa cena curiosa, Superman salva Krypton da destruição.

Porém, se por um lado a DC se livrava das diretrizes que impediam o casamento de Lois e Clark, por exemplo, por outro adotava novas que impediam que alguns conceitos estabelecidos por Byrne fossem alterados. Assim, não ficava claro se a nova Krypton era real ou não, e a questão ficou no ar até uma segunda série ser produzida no ano seguinte, pela mesma equipe criativa, com exceção de Jeph Loeb que havia saído dos títulos do herói e substituído por Geoff Johns, onde toda a verdade do planeta era revelada.

Em "Retorno a Krypton II", Superman descobre que o Krypton que ele visitou era uma criação de Brainiac 13 (uma nova versão de Brainiac vinda do futuro) com o intuito de atrair o Superman até lá e deixá-lo sem poderes, à mercê da destruição. Com isso, a versão de Krypton de Byrne permaneceria como a verdadeira e o novo Krypton da Zona Fantasma seria apenas uma homenagem as histórias clássicas do Homem de Aço.

Mas tudo estaria para mudar rapidamente quando a DC aprovaria um projeto de Mark Waid para o personagem. E novamente, tudo o que sabíamos sobre ele seria reconsiderado.

O Legado das Estrelas



Jor-El, Lara e o pequeno Kal
Em 2003, Mark Waid recontava a origem do Superman mais uma vez na mini-série Birthright ("O Legado das Estrelas" no Brasil). Inspirado pelos filmes de Christopher Reeve, pelas histórias de Maggin e pelo novo seriado Smallville, Waid criou uma história que tentava mesclar todas as versões já conhecidas do herói numa só, respeitando tanto os fãs do pré-crise quanto do pós-crise, e também de todas as mídias como TV e Cinema.

Waid apresenta um Krypton mais próximo à versão clássica do planeta, um mundo avançado repleto de maravilhas que seria destruído pelo Sol vermelho. Jor-El, após descobrir a verdade, tenta convencer o conselho científico, mas eles alegam que tudo precisa ser analisado antes.

Ao voltar para seu laboratório, decide enviar seu filho, Kal-El, para a Terra, num protótipo de uma nave. Ele tem dúvidas quanto a isso, mas Lara o convence de que é necessário para que seu filho tenha uma chance de sobreviver. Eles o colocam na nave junto com um livro eletrônico que traz a história de Krypton e de uma manta vermelha, azul e amarela com o símbolo da casa de El (a idéia de tornar o símbolo do Superman um símbolo da casa de El é inspirada no filme de 78).

Superman salva Lois e Jimmy

Ao chegar a Terra, Kal-El é criado por Jonathan e Martha Kent, e após atingir a maturidade, decide viajar pelo mundo e ajudar as pessoas em segredo. Na África, conhece um ativista africano que o ensina a importância de respeitar suas origens e de tentar inspirar o mundo através de seus atos, coisa que ele nunca conseguiria fazer escondido. Assim, Clark volta para Smallville e cria sua identidade de Superman com a ajuda de Martha e com a relutância de Jonathan. Ele usa as imagens do livro eletrônico e a manta deixada por Lara na nave para criar um traje inspirado nas roupas e na cultura kryptonianas.

Ao chegar em Metrópolis, em outra cena inspirada no filme, Superman salva Lois e Jimmy de um acidente de helicóptero durante um ataque de helicópteros do governo sabotados por Lex Luthor. Clark consegue emprego no Planeta Diário após revelar a conexão de Luthor com o ataque.

Waid resgata a amizade de Clark e Luthor em Smallville e apresenta um Luthor muito próximo ao de Maggin nos anos 70, um garoto brilhante mas que nunca teve seu gênio reconhecido e acabou se isolando. Seu único amigo era Clark Kent, mas a amizade acaba quando Luthor sofre um acidente em seu laboratório quando tentava abrir um portal para Krypton através da kryptonita. Paranóico, acreditou que Clark estava contra ele assim como toda a cidade. Após o acidente, Luthor vai para Metrópolis e funda a Lexcorp, que usa para descobrir mais sobre vida extraterrestre. Quando o Superman chega em Metrópolis, Luthor tenta fazer contato mas é rejeitado pelo herói que conhece sua verdadeira natureza. Luthor então revela ao mundo que o Superman é um alienígena e forja uma invasão kryptoniana na Terra fazendo com que o mundo fique contra o herói.

Clark e Lois da linha All Star

Superman consegue provar que tudo é uma fraude ao salvar uma criança diante das câmeras e expor que os kryptonianos eram falsos. Luthor tenta abrir o portal para Krypton novamente, e o Superman tem um vislumbre de sua origem e de seus verdadeiros pais.

Talvez o maior mérito de Birthright tenha sido não só manter diversos conceitos pós-crise, mas também permitiu que outros pré-crise retornassem sem que isso entrasse em conflito com a cronologia atual.

E é isso que faz com que o personagem se mantenha vivo durante tantas décadas. Seja como o herói americano, o último filho de Krypton, o tímido repórter na cidade grande ou o maior herói de todos os tempos, Superman atravessou gerações de leitores se firmando como o principal personagem do gênero.

E a história não tem prazo para acabar. Com uma nova fase prestes a estrear nas revistas mensais nos EUA além da importantíssima participação da mitologia do Superman na mini-série Infinite Crisis da DC, a série All Star por Grant Morrison, o seriado Smallville em sua quinta temporada, um longa metragem baseado em Superman Animated, e claro, o novo filme Superman Returns que promete trazer o herói de volta as telas do cinema com toda a glória que ele merece, tudo isso mostra que o herói está mais vivo do que nunca. E que venham as novas versões e origens que com certeza irão mantê-lo vivo pelos próximos 70 anos.

Para o alto, e avante!

Fonte: FanBoy
Resto do Post

Nenhum comentário:

Postar um comentário